Oii pessoal! =D Sabe, eu nunca fui alguém que escreve não, mas as vezes eu tenho uns surtos de inspiração que me fazem querer expressão por meio de palavras. Na verdade, o máximo que eu já escrevi foram redações para a escola e cartinhas para o dia dos pais (como vocês viram há alguns posts atrás).. Ah, e resenhas agora. E saibam que eu estou me divertindo muito com tudo isso. Graças a vocês, que me dão bastante apoio! =D
Sendo assim, quando eu tiver algum surto de inspiração, postarei aqui com o nome " Me, My Life and I - Crônicas de Um Dia Corrido".... Bom, foi a primeira coisa que veio a minha cabeça! =P... Gostaram?!rs
Olha, se vocês estão tendo algum Deja Vu lendo isso, então eu resolvo já: Muitas idéias que eu tive para escrever aqui foram inspiradas através de contos que li no Redoma de Cristal, da queridíssima Bianca Briones ( @BiancaBriones no twitter, sigam =D). Aqui o link para verem o site dela: http://www.redomadecristal.com.br/ ... É bem legal, não deixem de ir lá e acompanhem o site. A simpatia com certeza será retribuída! =D Dou todos os créditos a ela por me passar (mesmo que indiretamente) algumas idéias para escrever aqui!
Entãao,
Começando:
Eu coloquei o despertador para as 6:30 pra me arrumar e ir para a escola às 7:30... Só que, como de costume, enrolei e enrolei e acabei por sair da cama às 6:50.. Corri para tomar um café rápido e corri, mais uma vez, para chegar à escola a tempo.
Eu uso um casaco por cima do uniforme ( o que isso tem a ver?! ), e, por sorte (ou nem tanta sorte assim), percebi, devido a um vento que tirou o casaco de cima do logotipo da escola, que minha blusa estava ao avesso... Éh... Minha vó andava num ritmo apressado comigo (ela me acompanha até a escola aproveitando para caminhar), e me ajudou a segurar a mochila enquanto eu tirava o casaco e arrumava a blusa num beco antes da esquina do colégio, o frio foi o de menos. Quando vesti a blusa, vi que agora, ela estava ao contrário.. ai ai... então mais uma vez a arrumei, e, assim, ela ficou como deveria ficar.
Coloquei o casaco e percebi que estava sem o meu relógio... Imaginei que ele teria caído no caminho. Mas eu não poderia voltar para buscá-lo, já estava muito atrasado.
Em seguida senti ele na manga do casaco... A aba tinha quebrado e ele ficou solto lá mesmo quando tire o meu 'anti-frio matinal' nas pressas. Menos mal...
Entrei na escola na tolerância de 20 minutos.. Cheguei na sala com todos os alunos agitados e até mesmo estressados devido a prova do dia: Matemática, e uma de Artes de acompanhamento! Alunos clamando por ajuda, temendo perder suas mesadas, sua liberdade, ou a possibilidade de ficar até tarde no computador. Ajudei quem eu pude. Afinal, tinha estudado um pouco no dia anterior. Não tem jeito, por mais que você tente colocar folhas de arruda no livro da matéria que você terá um prova, estudar ainda é a melhor simpatia!
A prova de matemática tava trabalhosa, e eu deixei a prova de Artes pro final. Quase não dava tempo, mas deu! Ler, ler e ler ajuda muito na interpretação das coisas.. ( e na encheção de linguiça quando não se sabe o que escrever na prova...hehe).. Então, outra dica?! Leia muito... leia o que quiser... de bulas de remédios a blogs literários (puxando a sardinha pro meu lado =P)!! \õ/
Fiquei direto na escola pois a tarde eu teria uma reunião sobre um trabalho. Almocei na casa de uma colega... se tem uma pessoa que gosta de conversar sou eu... conhecer novas pessoas é massa... por isso que eu adoro twitter! \õ/ Já conheci muitas pessoas legais e estimo cada uma delas! =D
Depois da reunião, fui pra casa comendo uns brigadeiros (fazer o que né?! Tudo culpa da padaria... adoro doces \õ/), maaas, fiz um desvio rápido para passar no correio. Bom, eu nunca tinha ido lá antes... e tem umas coisas demorando pra chegar, então pessei que poderia pegar encontrar algo perdido por lá.. Só que, como nunca fiz isso, me enrolei todo, o moço disse que tinha um outro lugar onde os carteiros ficavam.. ahh, sei láa! =P Desisti e fui pra casa!
(PS: Ajudas são bem vindas sobre idas ao correio hein?! =P)
Cheguei em casa e fui pegar a chave pra abrir.. maaaaas.. CADÊ a chave?!! Pense num doido jogando as coisas pra fora da mochila pra achar a tal chave (e as pessoas passando e olhando estranho..rsrs)!! =P
Minha vó nem estava em casa e então fiquei sem saber o que fazer. Acabei sentando numa grama da casa em frente a nossa! =D
Uma casinha humilde humilde, sem nenhuma reforma ( a não ser as grades ) desde que ela foi construída. Foi uma das primeiras casas da região, quando tudo ao redor só era mato, inclusive a minha casa! =P
Nessa casa mora uma senhora com pouco mais de 80 anos. Sabe de tudo e de todos que moram nesta rua. E é sempre simpática com todos. Geralmente, quando eu chego da escola.. ela manda um beijo pra mim, como uma vovó para seu querido netinho. Nunca parei para conversar com ela, até hoje.
Ela me viu ali sentado, e me convidou para entrar... Sentei num banco de madeira, e ela ao meu lado, numa cadeira de plástico. Nunca tinha reparado como as manchas senis
tomaram conta de seu corpo. O que sabia sobre esta senhora (minha vó conversa bastante com ela)é que ela teve algumas doenças recentemente, porém vive sozinha, os filhos não a visitam, ela envelheceu meio abandonada.
Sempre tive simpatia por ela, e trocamos alguns sorrisos!
Eu já sabia que ela gostava (Muito) de conversar. Então, fui só ouvidos. E, em poucas horas (pois é, minha vó chegou meio tarde), já sabia quase toda a sua vida. Tentei guardar o máximo de detalhes possíveis, já pensando que queria postar isso aqui. (Mais uma vez agradeço aos meus leitores, que com os comentários carinhosos só me deixam mais feliz, a procura de coisas legais para escrever... e, por conseguinte, isso me ajuda a fixar melhor os detalhes, prestar mais atenção, e viver mais intensamente \õ/. Sou muito grato)
Aqui está um pouco da história emocionante desta senhora -- Tentarei postar da forma como ela me falou, com algumas coisas adaptadas claro! Espero me lembrar da maioria das frases:
"Minha mãe era muito católica, e meu nome vem do santo padroeiro dela. Eu nasci de bruços, e, onde eu morava, isso significava que eu iria sofrer muito, mas venceria. Meu pai era meio surdo, minha mãe não ligava muito para ele. Minha mãe me deu para um fazendeiro rico de 44 anos, quando eu tinha 14. Meu pai não conseguia admitir isso, mas ele não tinha influência sobre mim, ele era fraco tadinho. No meu casamento, as testemunhas afirmaram que eu era maior de idade. Minha mãe colocou meias no meu sutiã para que os juízes acreditassem. Eles não acreditaram, mas me casaram de qualquer forma. Sofri muito na mão daquele homem, tive meu primeiro filho com 15 anos, foi difícil, eu era inocente, não sabia de nada do mundo adulto, e aprendi de uma hora par a outra. Eu era uma moça muito bonita, e os rapazes da região não admitiam que eu ficasse com aquele velho, só que ele andava armado até os dentes e andava comigo até para o banheiro. Numa época, ele ficou muito doente e nós mudamos de estado, cuidei dele o máximo que pude, afinal, era meu fardo. Então, ele morreu. Eu tinha cinco filhos na época, e com medo dos moços da região, que eram capazes de me levar embora e deixar meus filhos abandonados, fugi para a capital com quatro dos filhos. A mulher mais velha, ficou para estudar. Ela se casou nova, com dezesseis. Se casou com um político, foi difícil pra mim aceitar isso, mas fazer o quê né?!
Chorei demais com a morte do meu pai, e até mesmo da minha mãe, sofri, sofri, sofri!
Me tornei costureira do governo, a melhor costureira da região. Eu era uma costureira famosa. Cheguei até a conhecer o Presidente Emílio Médici, ele sempre elogiava as calças bem feitas.
Ainda estava nova, bonita e poderia ter me casado outras vezes. Houveram muitas propostas. Mas meus filhos chegaram a usar armas para espantar os pretendentes. Eles eram extremamente ciumentos. Falavam que matariam o homem e me deixariam sozinha.
Hoje sou uma vitoriosa. Moro nessa casinha, e, com o pouco de conhecimento que tenho, consegui dar a meus filhos uma ótima vida. Hoje, alguns deles tem até 3 carros na garagem. Eles não me visitam mais. Isso é raro de se acontecer. Tenho netos e bisnetos. Até que tenho uma neta que gosta de mim e me vê de vez em quando. Eu adorava quando eles me levavam para passear na praia, eu me acabava de diversão. O filho que mais me amava morreu por causa da bebida. Por isso meu filho, faça que nem eu, nunca beba nem fume, se cuide!
Eu já fui muito linda, agora sou essa velha feia. Tive várias doenças, fiz cirurgias, quase morri. Mas sabe, eu não me importaria em morrer. Já fiz bastante coisa aqui, e acho que não faria muita falta.
Meus filhos já me disseram para eu ir para um asilo, mas eu não aceitei. Quero morrer aqui, nessa casinha, perto da minha máquina de costura, que ainda uso algumas vezes, perto do meu sofá, dos meus passarinhos e das minha plantas.
....."
Além dessa conversa, onde engoli o choro algumas vezes, eu vi muitas fotos. Fotos recentes. Fontos antigas. Fotos da juventude. Ela me ofereceu pão de queijo, broa de milho e um copo de guaraná para terminar a conversa. Ela falou que cozinhava antes, mas hoje faz isso pouco, pois pode cair devido a fraqueza no coração. A comida era amanhecida, mas sabe, não me importei nem um pouco. O minímo que eu poderia fazer por essa tarde era um lanchinho para aqueles olhos suplicantes, de uma vó que quer ver os netos se alimentarem.
Depois de um dia agitado, passar esse fim de tarde assim foi um presente. As vezes a gente reclama de barriga cheia né?! Nossa vida é tão maravilhosa.
Me despedi com um abraço na frágil senhora de cabelos loiros e lisos (loiros mesmo, com uma pequena coroa branca no topo. Segundo ela, aquele cabelo nunca foi pintado, mas nunca perdeu a cor clara), que combinava uma blusa marrom com uma calça da mesma cor e tinha uma voz fraca ao dizer "Eu que agradeço pela conversa meu querido!".
Minha vó já tinha chegado, e eu tinha deixado o tempo passar um pouco mais. A conversa estava agradável. Entrei na minha casa, enquanto a querida vizinha da frente acenava com as mãos trêmulas e os olhos piscando sem parar. Deu um nó na garganta ao deixá-la lá sozinha. Mas, segundo a mesma, ela não está sozinha. Ela está com o seu Deus, e é só isso que precisa!
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E aí gente?! Eu sei que é MUUUITO Extenso esse post. Sei que muitos não vão ler mas vão comentar, alguns lerão mas não comentarão, outros terão paciência comigo até o fim.. etc etc etc. Mas agradeço pelo carinho e atenção mais uma vez. Eu realmente estava com vontade de escrever isso e compartilhar com outras pessoas. Não queria que caísse no esquecimento (apesar de saber que nunca irei esquecer isso)! =D
Um grande beijo,
SJ! ;D